Adoção Real: O Menino que Mudou Nossas Vidas


Meu nome é Carla, tenho 38 anos, sou solteira e sempre sonhei em ser mãe. A vida, no entanto, tomou outros rumos, e eu deixei esse desejo guardado dentro de mim por muito tempo, achando que talvez nunca acontecesse.

Até que um dia, navegando por um site de adoção, vi a foto de um menino chamado Lucas. Ele tinha 13 anos. Os olhos dele carregavam algo que me prendeu… uma mistura de força e solidão. Na descrição dizia:
“Lucas sonha em ter uma mãe que o abrace todas as noites antes de dormir.

Lucas era reservado, desconfiado, com um jeito sério, típico de quem aprendeu a se proteger cedo demais. Na primeira conversa, ele disse:
“A senhora sabe que eu já sou grande, né? A maioria quer bebê.”

Respondi:
“Eu não vim procurar um bebê, Lucas. Vim procurar você.”

Ele abaixou a cabeça, e um leve sorriso apareceu. Foi o começo.

As visitas foram se tornando frequentes. Jogávamos bola, víamos filmes, conversávamos sobre tudo — ou sobre nada. Ele tinha medo de acreditar. Já havia passado por algumas famílias e voltado para o abrigo. Cada decepção deixava marcas.

Um dia, ele me perguntou:
“Se eu for morar com você… posso te chamar de mãe?”

Eu não aguentei e chorei. Disse:
“Claro que pode, filho. E eu vou te chamar de meu menino, porque foi isso que você se tornou.”

A adoção foi oficializada meses depois. Lucas trouxe vida, bagunça, videogame na sala, risadas altas, conversas sobre o futuro e cicatrizes do passado.

Hoje ele tem 14 anos, está mais leve, sorri com mais facilidade. Antes de dormir, ele vem no meu quarto, me dá um beijo e diz:
“Boa noite, mãe.”

E eu penso:
como é bonito quando dois caminhos, tão distantes, se encontram para formar uma família.

Adotar o Lucas foi a decisão mais linda que tomei na vida. Não foi fácil, mas foi real, verdadeiro e transformador. Ele me fez mãe, e eu o fiz filho. E assim seguimos, aprendendo um com o outro, dia após dia.


Sandra T. Ferreira

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